Defensoria pede que Governo Federal inclua indígenas Yanomami do AM em ações de apoio
A Defensoria Pública do Amazonas enviou um ofício para a Secretaria Especial de Saúde Indígena e ao Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena Yanomami solicitando que os indígenas da etnia que vivem no estado também sejam incluídos em ações de apoio que estão sendo realizadas em Roraima. Quase 40% da terra indígena do povo estão localizadas em território amazonense, segundo o site Terras Indígenas no Brasil.
Na parte de Roraima, a terra indígena enfrenta uma crise humanitária que levou à morte de crianças por desnutrição.
No pedido, a Defensoria solicita que "as demandas apresentadas pelas comunidades Yanomami do estado do Amazonas sejam contempladas nos planos de ação a serem executados pelas equipes multidisciplinares, em especial as aldeias cujos postos foram fechados e se encontram há mais tempo sem atendimento".
Os municípios que mais concentram terras indígenas dos Yanomami são Barcelos, com 22,57%, Santa Isabel do Rio Negro, com 15,94% e São Gabriel da Cachoeira, com 0,77%.
Segundo o Polo do Alto Rio Negro da Defensoria Pública do Estado, até o momento não há informações de que as aldeias Yanomami localizadas em território amazonense tenham sido atendidas pelas ações emergenciais que estão sendo realizadas pelo Governo Federal.
A situação foi constatada mesmo após alertas serem feitos desde 2021 sobre a grave situação de vulnerabilidade de comunidades do povo Yanomami no estado.
"Há notícia de que tem comunidades há mais de dois anos com posto fechado, sem receber atendimento, porque se trata de localidade de difícil acesso. E com a gradativa desestrutura do sistema de saúde indígena, essas localidades mais difíceis foram deixando de ser atendidas pelas equipes, o que levou a um agravamento de uma situação de saúde que já era bastante complicada, bastante preocupante", informou a defensora pública Isabela Sales.
"O número de pacientes hospitalizados por casos de subnutrição é realmente muito preocupante. Tanto no município de São Gabriel da Cachoeira onde há uma atividade maior das equipes, então a gente tem mais notificação de casos, esses números são alarmantes inclusive no ano de 2022. Isso provocou ações judiciais da defensoria para implemento de melhorias na unidade de média complexidade local que são bastante recorrentes na região", finalizou a defensora.
*Com informações de Guilherme Fragas, da Rede Amazônica
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